sábado, 20 de dezembro de 2008



Esse quadro retratando simbolicamente a Natividade
chama-se "Luz do Novo Mundo"

Vivas ao Aniversariante e Feliz Natal a todos!

Celso

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008




Esses desenhos à grafite foram feitos a partir de fotos 3x4, num periodo terrivelmente triste de minha vida, qdo me vi afastado das duas criaturinhas que mais amo nesse mundo...
O poema tambem pertence a esses dias cinzas...

Filho(a)

Recebe o meu amor como uma prece,
Acolhe no coração, na alma leve.
Que o peso da saudade quer nos derrubar,
Mas o amor irá nos erguer e unir sempre.
Guarde cada lágrima como um tesouro,
Um elo de corrente que irá nos ligar ainda mais.
O meu pensamento não se aparta de ti um só segundo.
O verdadeiro amor não se esquece, não se esmorece.
Não se perde nas coisas pequenas do mundo.
As areias do tempo não o cobrem;
Nem os ventos de tormentas mudam sua direção.
A distância não diminui sua grandeza.
A frieza da ausência não arrefece seu calor.
Posto que é devoção, é vida, é luz!
Tudo cobre e ilumina.
É missão divina, é sina
de alma e coração.


Aos meus filhos:
Luis Felipe e Giovanna
Celso

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008


Esse quadro é um trabalho antigo, na época da Galeria Vitória, grandes amigos...

Afrodite

Tua beleza perfeita em luz
Poema sem palavras
qualquer descrição é indiscrição inaudível, inútil
profanar o silencio que se impõe
o êxtase ante o clímax
o torpor consumado
vasos vazios na entrega
milhões de flores vermelhas
circulam, flutuam, explodem!

Liturgia divina que ofertas
Mensageiro alado me criva de setas
Entrego o pomo dourado
Prisioneiro em tua morada
Escravo por opção e desejo
Guardião zeloso do teu templo sagrado
Minha oferenda pulsa e queima
No peito aberto sobre a pedra

Abri teus portais
Câmaras secretas
Labirintos de perdição e prazer
Amante de insaciável apetite
Dominação do amor que em mim reside
Existe incondicional
Oh! Deusa do Amor imortal
Divinal Afrodite!
Celso

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008




Escultura em resina representando a sensualidade feminina, seus facínios e mistérios, encontrados e perdidos nessas curvas tão irresistivelmente desafiadoras quanto perigosas
Celso

sábado, 29 de novembro de 2008



Mesa posta.

Em outra noite fria. Estrelas desfalecidas. Horas mortas.
Relógio sem ponteiros no pulso sem pulso, descompasso perplexo.
A lua fez teto na mesma sala sem portas.
Candelabros como escombros descalabros pendurados; veladas lembranças, sinistros sinais alumbrados.
Sentei-me à mesa a seu lado, após tantos convites postergados.
Assentado e sentindo o desconforto dessa cadeira de espaldar alto, em desamparo me percebo pequeno e descalço, totalmente despido do espírito fausto tão ansiado.
Anfitriã solícita e pródiga; minha taça vazia transborda de seus favores, sua cicuta.
Há notas de profundo silêncio preenchendo o ambiente. Minimalista é a mobília. Sem detalhes que lhe denotem a presença, e, mesmo pode ser sentida, em cada canto, sua ausência, nesse encontro a luz de velas em noturnas vigílias de rogos inauditos.
O perfume de exílio vem do vaso vazio de flores enlutadas, e o cartão em branco extático.
Prateleiras de molduras sem retratos, espelhos sem reflexos. O tempo ali pendia em pregos cravados nos tijolos. Nas paredes, quadros pintados sem cores põem cinzas em meus olhos.
Oníricas paisagens, ruínas de vidas esquecidas. A toalha de rendas, tramadas marcas de suor e de amor, esconde por baixo um precipício de lembranças gastas. No espelho opaco a minha frente, a deusa sem rosto me sorri enigmática. Dentro da história, minha e tua, toda caminhada sem rumo certo e tudo volta sempre a essa mesa, que me prepara ciosa. Comensal habitual, comigo carrego a fome que nunca sacio. A mesa posta é vasta.
Mesmo tendo vários lugares vagos, previamente desprovidos, ressoa sua voz, anunciado o cardápio que nunca olvido. Me invade o cheiro do banquete, em tudo impregnado. Uma vez mais, o prato fundo posto reflete meu rosto transtornado. E ela me serve a mesma farta porção de tudo; os dissabores que comigo ainda guardo. O desgosto que deixa o travo amargo na garganta árida, dormente, e na boca, gota a gota, me leva o cálice sempre repleto de tinto fel mordente. Trás fogo à minha língua ébria sem alento ou saciedade latente. E tudo que meu paladar cego percebe são as pedras dos caminhos tombados, que não me passam na glote engasgada, em palavras natimortas atiradas.
Minha anfitriã mora em mim hoje, degustando lenta minha paz. Respirando o mesmo fôlego sôfrego na alma sem ar. Anda comigo pela casa, pelas ruas, pelo tempo afora.
Não me deixa só à mesa, à cama ou pela vida, nunca mais. Segue meus passos, preenche meus espaços e cuida de mim com especial atenção.

A vejo a toda hora, a sinto em todo lugar, materializada presença.
Já não vivo mais sem ela agora. Ela esta na minha alma cativa. Passeia no meu peito, descansa no meu coração.
Seu semblante abriga meus olhos.
Ela me põe a mesa todo dia, aqui, entre as paredes que me prendem, jogado ao chão. O seu nome dorme em minha boca, amarga e seca e sempre calada. Seu nome é ausência, seu nome é adeus. Ela oferta desalento, desespero e desesperança; sua fria lembrança desfrutada, toda dor e comoção.
Ela nunca vai embora, eu a vejo me servindo agora...

Ela me sorri, eu retribuo. A conheço muito bem...
O silêncio do seu nome ecoa pela sala... Ela se chama Solidão!


Celso

terça-feira, 25 de novembro de 2008



Refletindo...

Sou a mão e a luva
o que me cabe e o que sobra
nada em excesso
as vezes o avesso
as vezes completo em mim mesmo
sou a chuva la fora
e o estio do desejo
a coragem e o medo
a indecisão tomada
sou a metade espelhada
de tudo que vejo
sou teus olhos e tua boca
do outro lado do beijo...

Celso
Inspirado no poema "As vezes estou..." de Claudia Venegas... www.aldeianerudiana.blogspot.com

segunda-feira, 24 de novembro de 2008


Perséfone

Raptei tua atenção, fugazes momentos felizes.
Você iluminou meu mundo; obscuro até então sem teus matizes
Mas tua ausência era sentida, gritos em desespero a te buscar.
Tua inefável natureza cíclica muda tudo a seu redor e em você
E o chamado, inevitável súplica, fez urgência em te levar.
Três sementes de romã ofertei em tua partida.
Primaverou pelo mundo assim;

tuas flores, tuas cores, tua luz a irradiar.
Enquanto o inverno se fez em mim...
O vazio em minha anima dividida,

guardando comigo tua essência em semente;
Aguardando dia a dia esse amanhã...
A chuva regando em meu ser um sim,

que fará o milagre germinar em ti;
E te trazer renovada sempre,

como esse amor plantado em nossas almas unidas
O recomeço de tudo que não conhece um fim...


Celso

terça-feira, 4 de novembro de 2008



Não foi o bastante...

Tudo que tinha a te ofertar
O que me era mais caro
Tudo que queria compartilhar
Que eu sabia ser mais raro
Tudo que poderíamos somar
Que nos seria extraordinário

Não foi o bastante...

Tudo que joguei fora
Tudo que deixei ir embora
Tudo que me faz falta agora
Nossas cores, nossos cheiros
Nosso espaço, nossa hora
Nossa trilha sonora

Borrões sem tom e sem forma
A plástica indiferença inodora
Gritos dissonantes ecoando na alma
No vazio onde um dia, tudo retorna

Tudo não foi o bastante?

Os olhos rasos no descaso
Coração de espinhos coroado
Os lábios secos em fel afogados

O ontem nos deixou o ocaso,
Ou o tempo chegou com absurdo atraso?

E nada mais será o bastante!

Temos uma história por acontecer
E um ponto final é a primeira coisa a fazer...


Celso

sábado, 1 de novembro de 2008



Menino-homem

Você é um sonho de infante
Perdido na memória e tragado no dia a dia
Canção da terra distante
Guardada na história e trancada em agonia

Você é segredo esquecido
Frágil flor que desfalece ao toque do pensamento
Desejo imerecido
Plástica natureza que não conhece o sentimento

Teu olhar transparece vertiginosa distância
Um menino a sonhar agarrando estrelas
Perdido no azul mais profundo
Pontilhado de cristalinas lágrimas
Algo que se perdeu
Sem sequer ter sido um dia, um segundo.

Quimera parar o tempo
Mágico artifício de Pan
Em terra do nunca te sonhar
Fábula surreal
Anjos existem, bem sei;
Inalcançáveis, porém,
Ao mísero mortal afã!

Mesmo assim, teus olhos me preenchem;
Extravasam, transbordam você em mim.
Cabe o mundo nesses olhos?
Cabe todo azul do céu?
Cabe ainda mar?
Cabe o universo!
Onde divino mistério se perde toda razão e sanidade
Num simples olhar?

O poeta é escravo da musa
Que traça seu destino em apenas um verso?
A musa inventou o poeta ou vice-versa?
Que me valem as musas dos versos e das cores
Se és luz!
Que atrai e cega
Prende sem amarras
Sem destino te vais...
Sem amanhãs, sem olhar pra trás.
Se vago ora perdido
Nesse tempo furtivo
Que não me pertence mais...


Celso

sexta-feira, 31 de outubro de 2008



Coração ao vento...

Quero meu coração feito o vento
Que não guarde morada, mas veleje,
livre e leve,
leve toda mágoa.
Leve-me em todas as águas
Infle as velas do peito
Revolutas bandeiras encarnadas

Desfraldai os estandartes multicores
Da paz, da amizade e da saudade dos amores passados
Passos rápidos lépidos fugazes e audazes
Sem saber distâncias, horizontes ou fronteiras algures
Altos... vãos... pássaros oníricos nas sustidas asas velozes

Visitai outras moradas
Voai a bater janelas
Acordai as donzelas encasteladas
Revolvei seus cabelos trigais
Levantai as saias...lufai as faces coradas
Libertino e licencioso
Trazei o gozo e o gosto bem-vindo e novo
Da chuva decantada no rosto

Cantai mensageiros
Encantai os sonhos em novos sons
Buscai o perfume da dama da noite de ontem
Preenchei os ares de aromas e sementes flutuantes
Espalhai pétalas de bem-me-queres
Arrancai as amarelas folhas pendentes

Que mudar é preciso e voar o infinito e sonhar o impossível
Ah...coração! Mudai a direção ao teu bel prazer
Girando fluindo seguindo e cortando caminho
Cortante na fria indiferença
Tornado em fúria se liberte
De alicerces, ferrugens e disperse
As pesadas brumas, as passadas fuligens
Deixai pelos caminhos os espinhos e o pó das viagens

Não serás peso ou pesar constantes
Não regelará as horas vazias
Não levarás consigo ecos de lamentos
Nem se deterá por nada em longo tempo
Não idealizará amores em nuvens moldadas e fugidias

Que sopre sempre todas as canções
Traga alento, alegrias e inspirações
Preencha os espaços deixados por amores distantes
E sê livre, como soem ser os corações amantes...

Celso

terça-feira, 28 de outubro de 2008


Um recomeço...

Somos o que pensamos

Se você é dúvida
Como posso ser direção?
Se você é dispersão
Como posso ser unidade?
Se você é vaidade
Como posso ser só emoção?

Somos o que sentimos

Se você é tristeza
Como posso ser alegria?
Se você é estrada
Como posso ser moradia?
Se você é covardia
Como posso ser decisão?

Se a externa máscara mente
Sejamos o que vai dentro de nosso coração

Se você é a razão do sentimento
Se você é o sentido do pensamento
É a vida que me completa
Se você é a outra parte de tudo que penso
É a metade de tudo que sinto
Se você é a totalidade de tudo que amo...

Algum dia seremos os mesmos?
Algum dia seremos iguais?

Não quero as migalhas deixadas na estrada como sinais
Nem te seguirei como fazem os girassóis...

Tudo parece pouco
E o pouco já é demais
E ainda o gosto agridoce do querer sempre mais...

Não quero encontrar os erros e culpas, meus e tuas.
Nem viver outra vida
Ouvir mais despedidas e meias verdades
Não quero pensar no que sinto
Não quero me sentir pela metade
Quero minhas verdades, não o que minto ser realidade...

Esqueçamos os passos que ficaram para trás
Não que queira lhe apagar os traços
Mas nada voltará ou será o mesmo, jamais!
E tudo que ficou pra depois
Tudo que foi vivido em outros braços
Tudo que foi levado de nós dois

Quero enterrar o que foi abortado
Curetar o que ficou no avesso
Vejo túmulos nos teus olhos
E sinto um berço no teu colo
Um alento, um chamado, um recomeço...

Só falta tua alma arrebatar-lhe a voz... muda... num canto
Ofertar-me o teu encanto e receber enfim o que te ofereço...


Celso
*Um esclarecimento se faz necessário: esse poema foi escrito sobre a história de amor de uma amiga minha com outra pessoa, não tendo nenhuma relação com minha história pessoal. Por isso o texto abaixo...
Palavras colhidas por um jardineiro em milharais de girassóis...rs.

terça-feira, 21 de outubro de 2008



Imperador...

Há tempos seu muro estava erguido
Jardins escondias, feito armadura polida!

Teu reino cresceu
Perpetuou amor nas ruínas
E agora que caí o pranto redundante
Já podes aliviar o peito teu!

Tinha renunciado a vida...
Como redundavas a dor...
Era sentimento vencido
Em um mundo sem cor!

Deixou teus alamares
Fortalecer seu arredor...
Provou ao interno teu
Que frente ao muro não morreu!

Saíste espiar as esquinas
Onde mão de outros povos estabeleceu!
E fora és testemunha grata
Da beleza gratuita dos deuses teus!

Então...
Sai correr o mundo...
Sentir a grama infinita!
As gotas da brisa
Por que o pôr nasceu...

Não existe o tempo vivo
E o tempo que morreu...
O sentimento é perpétuo!
Esta enraizado nos entes teus..
E como tem doçura no teu templo!
Como tem sensível rio...
Tem também infinita espera...
E vontade de Adeus...

Nos teus olhos a busca
O cessar desta turbulência...

E o céu te responde a cada acordar
A cada abrir de olhos, que teu coração dá!
Estou aqui a um toque!
Estou aqui para amar...
Nada cessou! O sol acordou,
E a lua? Só dá o luar...

(Para Celso, minha gratidão infindável).
Claudia Venegas.


Esse poema biográfico (rs) é um presente de uma amiga dotada de extrema sensibilidade e acuidade perceptiva, como pode ser visto aqui nessa pequena mostra. Conheçam mais de seu trabalho no blog: www.aldeianerudiana.bolgspot.com. Obrigado Cláudia (chilena)...rs

domingo, 12 de outubro de 2008


Amizade muda...

Num dia cinza – a vida parada – encontrei uma amizade,
Descompromissada e leve; levada assim, sem hora pra nada.
A amizade me contava coisas da alma;
Coisas da vida, do tempo, do mundo e de mim.
Palavras ponteadas, pontiagudas; às vezes pranteadas; prateadas;
Às vezes de esperança...
Contudo não contava das coisas do coração.

A amizade me entendia e também ouvia
Sem as palavras pra atrapalhar...
A amizade sempre aparecia sem eu precisar chamar
E andava comigo em pensamento.
Mas nunca passava nem perto do coração

A amizade ia almoçar, ia ao trabalho
Era sábia e sóbria, e sabia sorrir como criança
A amizade me alegrava o dia
Falava de filosofia e poesia com terno sentimento
Mas nunca me falava das coisas do coração

Quando me quebrei de amor, ela juntou tudo e colou
Devagar pos tudo em seu lugar e até o medo ela tirou
Passou a andar sempre comigo de mãos dadas
A amizade foi passear, foi ao cinema,
Foi pra casa, foi pra cama...
Não foi à igreja ou papel nenhum ela nunca quis
A amizade mora comigo apenas
Me dará novos amigos
E me fará feliz!

quarta-feira, 17 de setembro de 2008


O vento... a chama...

O vento sente a chama
À distância ela dança, luz em movimento
Sua forma fugaz, fugidia se desfaz ao encontrar o vento
Um assombramento, troam os mensageiros
O vento canta um triste lamento
Enlaçando caracóis, inefável espiralar
desvanecendo no ar, a impossibilidade da luz,
desventura de amar
A solitude é companheira do vento
No tempo arrasta sua dor
baila folhas caídas, sem rumo, par, nem cor
O vento só para por fim, quando na ausência da chama
o ar perde seu calor

Você chama...
Eu sou o vento
Não posso te tocar...

Eu sou o vento...
Vagando por ruas desertas, em noites incertas
Procuro por você!

Eu sou o vento...
Pessoas em muitas vielas, eu passo por elas
Mas não vejo você!

Eu sou o vento...
Cansado de tanta procura, minha desventura
É não ter mais você...

Celso

V A Z I O

O fim de tudo ou o início?
O que fica quando tudo se consuma,
se consome?
Vazio de sentimentos;
Profundo precipício
Onde não cabem palavras
O que resta, finda a esperança?
Ausência... de espaço e tempo
A não existência de sonhos
A morte da alma!
O apagar das luzes
Cinzas ao vento
Folhas em branco
Lagrimas secas
O fim do filme
As vias, as cruzes
As frases ocas, os ecos, os becos
Clichês surrados, meus e seus
A madrugada insone
Seu nome, sua boca

A solidão rouca

O silêncio frio

O adeus...

Vazio...



Celso

sexta-feira, 12 de setembro de 2008



C O R A Ç Ã O . D E . P E D R A

Quero um coração de pedra
Árido mas resistente
Apesar do pesar, no oco do peito
De tudo como de resto, duro, tosco e fosco
Feito meio feio de feitio
Sem brilho enganador ou ilusórios adornos
Frio como lápide de amores insepultos
Mas eternamente liberto
Não será pedra no caminho de ninguém
Nem estilhaçará algures oníricas vidraças
Não será nunca o primeiro a ser atirado
Nem se transformará por divino milagre
Que apenas bata (orgânica função)
Que muito me basta
Sem o sofrer tolo romântico, inevitável destino
Burlesco desatino, de todo coração
Celso

Esse quadro foi o primeiro de uma série elaborada com essa temática e técnica, mais estilizado, herança do meu passado de artista gráfico...


Outras peças produzidas para a Exposição Africa da Gropius...
Essas duas ai são relevos em metal com cordame
de sizal colorido e miçangas, sobre painel texturizado...
Esse texto meio melancólico eu gosto bastante,
nem sei se um tanto longo pro blog, mas enfim...

Me deu vontade de tomar sorvete
Despetalar antigas lembranças
Quis sentir o cheiro daquela flor
Assoviar uma canção qualquer
Nem era um perfume de mulher

Me deu vontade de fazer um verso
De ver esse mundo pelo avesso
Uma saudade de correr no campo
Como criança empinando pipa
O verso quebrado ficou em branco

Me deu vontade de comer pipoca
E ver um filme que não assisti
O campo agora tem uma cerca
Quero dar uma volta de bicicleta
Daquela canção já me esqueci

Me deu vontade de banho de chuva
Correr descalço e me esconder
O filme era uma reprise chata
Quimera a vida não ser assim
O sol de mansinho foi adormecer

Me deu vontade de pular a cerca
De ver brilhar uma estrela nova
E pedalar já não tem mais graça
Em volta da praça tudo é igual
Com o tempo tudo sempre passa

Me deu vontade de tirar uma foto
Para gravar esse sorriso teu
A chuva enfim parou, fez poça
A minha pipa se perdeu no céu
E o meu arco-íris não apareceu

Me deu vontade de dar cambalhota
Cantar cantiga e de cirandar
Na fotografia estou sozinho
Nunca mais eu te vi sorrindo
E não tem fim esse caminho

Me deu vontade de ler um livro
Um romance que não aconteceu
Na pirueta eu quebrei o braço
Ela foi embora e o que eu faço?
No fim da história já nem sou mais eu

Na garganta ficou um travo amargo
E o meu sorvete se derreteu...


Celso
Só pra não ficar dúvida...

Segregas segredos sagrados
Te envolvem mistérios obscuros
Erigindo ilusões profanas
Há um muro em você
Há um vazio atrás desse muro...

Esse poema é dela mesma, eu só colhi as palavras...

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

* esboço para uma tela...

Aí, essa é pra uma amiga que me deu uma força...


H E R M É T I C A

Em camadas de pétalas e espinhos
Impenetrável rochedo
Vaga de mar e de amar
Eterno desafio
Imperscrutável
De origem sem destino
Dédalo caminho
Górdico novelo
No vel, velado vi,
vedado o vero vinho
Perplexo difuso reflexo
Insondável oráculo
Esfíngica essência
Inacessível ciência
Mítico abismo
Voluntário ser assim
Inatingivelmente
Sozinha
Celso



Esses foram trabalhos muito gratificantes na criação e produção das peças, feitas sob encomenda para ambientações com o tema Africa, para a Gropius, do incansável Rômulo Cavalcante. As obras foram em grande parte realizadas em parceria com meu irmão Pedro, tambem artista: escultor, artesão, entalhador, pintor e por ai afora... São telas, esculturas em madeira, resina, metal, entalhes e relevos, além de peças de arte aplicada em mobiliário, luminárias, utilizando as mais variadas técnicas... Um desafio que descortinou outros horizontes de possibilidades. Valeu!
As fotos são de uma figura chamada Ivan

quarta-feira, 10 de setembro de 2008


Olha só, um dia procurando umas imagens na net (*) me deparei com essa, de um trabalho que fizemos para o Cowparade no Rio/07 e que deu bastante auê...
(*) quem souber o autor da foto por favor me avise...

terça-feira, 9 de setembro de 2008



Na montagem do cenário (fotos), conheci algumas pessoas especiais.
Uma delas é a amiga que recebe essa homenagem...

Menina feita mulher feita musa feita deusa.
Te descobrindo ponto a ponto, linha a linha.
Cada pincelada um deslumbramento
Descortinada, arrebatada à ribalta, se traduz.
Sempre um passo à frente, um degrau acima,
inatingível, surreal.
Escudo, espelho e verdade.
Alada, pairas sobre a pequenês de tudo...
constelada, guia e luz.
Se tuas lágrimas salpicam o céu,
teu sorriso rasga o vel, auroras...
Triunfante, onisciente do que queres e possuis.
Afrontas o medo do caminho.
À frente sempre...
à fronte os louros...
às mãos as armas,
divina e mortal...
Áurica, radiante mítica vitoriosa.
Além do idealizado mármore, pulsas.

Única...

Anike!

Hai kais

fagulham vaga-lumes
um pássaro noturno
comendo estrelas


* * *

o lago pisca
bem-te-vi em rasante
bebe o reflexo


Celso

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Esse quadro que ilustra o poema ganhou um premio no Salão de Artes de Guarulhos. Foi a primeira vez que enviei um trabalho para um salão e me serviu de estimulo.
Me faz lembrar que preciso participar mais... Aí, quem tiver algum contato de Salões de Arte por favor me envie, desde ja agradeço, valeu!

P A R A Í S O

Um sol pra me aquecer
O céu pra me abrigar
Água de coco pra beber
Mar azul pra me banhar
Um tempo pra esquecer
Uma rede pra sonhar
O desejo de ter você
Um perfume pra lembrar
Teus olhos a me ver
Tua boca pra beijar

Da até vontade de fazer
o tempo parar...
Celso

sábado, 6 de setembro de 2008

Ai, ai... a inércia: uma força a ser vencida; rolar a pedra até o topo, para que depois ela possa seguir seu curso, com o impulso natural. São tantas coisas pra postar... mas descubro que como em tudo, pintar, escrever, esculpir... o ato de dar vida ao blog, tambem é um mister solitário; pelo menos até que a conectivivade se consume, que a interação aconteça, que seja visto e divulgado; e possa exercer algum poder de instigação, gerar uma resposta. Espero superar esse desafio e conto com a colaboração de todos... um empurrãozinho na hora certa, pra vencer a inércia...

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Mãos à obra...
Engraçado; a mesma sensação que ja experimentei em frente à uma tela de pintura em branco, experimento agora, em frente ao monitor, travando o teclado... Há tempos estava querendo montar esse blog ou pelo menos iniciá-lo, ja que espero seja uma experiência dinâmica, autometamorfoseante e sem rédeas. Expor idéias, trabalhos, discutir pontos de vista, enxergar novas perspectivas, abrir canais de comunicação e interação e o que mais for possível, tratando de temas ligados às artes e cultura de forma geral. Um pequeno passo no universo cultural, mas pra mim, certamente, um grande passo em direção às diversas metas traçadas.
Um espaço aberto, um convite a quem queira se expressar e participar comigo dessa aventura. Fazermos juntos o que sozinho seria mais complicado. Armemo-nos de pincéis, canetas, teclados, instrumentos afins, que é tempo de esvaziar as gavetas, os pcs, a cabeça! Aquecer os neurônios, extravasar os sentimentos e botar a mão na massa. Vamos à luta!