segunda-feira, 24 de novembro de 2008


Perséfone

Raptei tua atenção, fugazes momentos felizes.
Você iluminou meu mundo; obscuro até então sem teus matizes
Mas tua ausência era sentida, gritos em desespero a te buscar.
Tua inefável natureza cíclica muda tudo a seu redor e em você
E o chamado, inevitável súplica, fez urgência em te levar.
Três sementes de romã ofertei em tua partida.
Primaverou pelo mundo assim;

tuas flores, tuas cores, tua luz a irradiar.
Enquanto o inverno se fez em mim...
O vazio em minha anima dividida,

guardando comigo tua essência em semente;
Aguardando dia a dia esse amanhã...
A chuva regando em meu ser um sim,

que fará o milagre germinar em ti;
E te trazer renovada sempre,

como esse amor plantado em nossas almas unidas
O recomeço de tudo que não conhece um fim...


Celso

2 comentários:

Emiliana Carvalho disse...

Celso,

Antes de responder a tua pergunta, quero agradeçer tua visita a meu blog.
Bem,eu sempre tive um interesse na deusa Afrodite, a deusa do amor, da fertilidade, da sedução. A simbologia dela me inspira muito e vez ou outra leio algo sobre ela. Se eu tivesse vivido na Grécia Antiga, certamente a teria cultuado. Sinto algumas influências do que ela representa em minha personalidade. Sim, há uma identificação.

Até mais.

Claudia Venegas disse...

E das entradas obscuras
que a Terra a ti escondia...
Fará brotar na superfície
Flora tua em meus licores!

Embriagada estará das tuas vertigens
E ciclico será o ventre ao gerar...

Teus passos seguirão os meus
como Primavera faz verde os pastos!
E da terra usurpará odores dos campos
E a gestação tardia não mais perpetuará!

Serás Perséfone, Serás como Gaia tua gestora!
Mãe, mulher e criadora!
E o mundo da gestação tua colherá!
E o tempo do inverno descansará...

Da chuva será as lágrimas da minha espera!
Fará reinar na terra teu terno jardim!
E entre tuas violetas vai ninar meu sono
Recolher da plantação o sal de antigos prantos!

E eu vou desejar ser o sol
O rei que a tua aura fará brilhar!

Porque já fui por eras a noite
A lua negra sem findar!
A alusão áspera do seu olhar convidativo
Que não mais aceitava os meus pés ao lado dos teus dançar...

Essa aqui eu colhi desse jardim teu! risos...
Eitaaa Celsito!